Tecnologia fortalece processos estratégicos para a Intervial

Tecnologia fortalece processos estratégicos para a Intervial

Juan B Arenas, CIO da Intervial Chile S.A., explica como o principal fornecedor de infraestrutura e gestão rodoviária depende da tecnologia para seus projetos mais ambiciosos

Juan B Arenas, CIO da Intervial Chile S.A

Como a área de tecnologia é fundamental para a estratégia de inovação da Intervial para 2030?

A estratégia ISA2030 considera a digitalização como um dos principais aspectos do período, visando resguardar a relevância corporativa. Identificamos quais tecnologias da Quarta Revolução Industrial são destaque e estabelecemos um plano de trabalho alinhado às estratégias de crescimento, eficiência operacional e experiência do cliente com todos os setores da empresa para estabelecer a digitalização como uma das principais capacidades a desenvolver. Esse framework foi definido no final de 2016 e vem sendo atualizado desde então.

Quão relevante é para o setor de TI conduzir uma iniciativa neutra em carbono até o final da década?

É fundamental garantir a eficiência e um impacto positivo no meio ambiente e que tambem, ao mesmo tempo, oferece benefícios comerciais. Na ISA Intervial, são três as iniciativas que estamos promovendo: a migração de aplicativos para a nuvem, o uso de ferramentas de colaboração e o uso diário de informações críticas para os trabalhadores.

O progresso tecnológico facilitou que os serviços de hardware se tornassem serviços de software, como a telefonia, por exemplo. Também introduzimos ferramentas de assinatura digital que nos permitiram agilizar processos, quebrar resistências e reduzir significativamente o consumo de papel, impactando positivamente o meio ambiente.

Outra iniciativa é a ativação do leasing operacional para uso de servidores. Temos buscado fornecedores e parceiros com tecnologia de ponta, ecologicamente correta, que possuam processos de descarte alinhados aos requisitos de gestão ambiental. Por fim, estamos avaliando como incorporar tecnologias de segundo uso, dando nova vida às que já foram descartadas.

Quais projetos de TI a ISA Intervial utilizou para melhorar a capacidade de resposta ao governo, clientes e fornecedores?

Implementamos Robotic Process Automation (RPA), analytics, SD-WAN, plataformas hiperconvergentes, metodologias de desenvolvimento ágil e arquitetura de desenvolvimento baseada em microsserviços que são necessárias para o negócio de concessão que suporta algumas das tecnologias exigidas pelo Ministério das Obras Públicas.

Nesse sentido e preocupados com os usuários, também adicionamos soluções analíticas para prever o comportamento do tráfego em nossas praças de pedágio em datas críticas. É essencial habilitar planos de gerenciamento de tráfego nesses períodos.

Outro aspecto crucial é que reforçamos nosso trabalho em cibersegurança para a continuidade de nossos serviços e do ecossistema que construímos com clientes e fornecedores.

Além disso, avançamos na legislação chilena em questões de proteção de dados e privacidade.

Qual o impacto dos processos de Transformação Digital em clientes corporativos e pessoas físicas?

O negócio de concessões rodoviárias tem um ciclo de mudança mais lento do que outros setores devido à regulamentação, mas, apesar disso, vemos com otimismo a incorporação de tecnologia em novas licitações e a conversão de concessões em operação.

A incorporação do pedágio eletrônico nos processos licitatórios e a evolução de algumas praças de pedágio são exemplos. Também incorporamos tecnologias que suportam a metodologia Building Information Modeling (BIM) para o gerenciamento de ativos rodoviários desde a fase de construção.

Além disso, as rodovias serão uma excelente plataforma de integração digital. Permitirão a implantação de tecnologias como 5G e Edge Computing, e grande parte dessas tecnologias usará, por exemplo, a fibra ótica colocada nas rodovias para transportar dados que possibilitarão o uso da Inteligência Artificial nos carros.

Como você abordou os riscos de segurança para proteger ativos e infraestrutura contra crimes cibernéticos?

Enfrentar riscos é um esforço constante. Combatemos o cibercrime educando nossos funcionários, tornando-os parte de nossa primeira linha de defesa e orientando as pessoas a se comportarem com segurança ao acessar informações. Trabalhamos desde a identificação de violações até a análise de riscos.

Também temos políticas para casos de cibersegurança, com o apoio da equipe de auditoria para analisar a situação geral da empresa. Alguns dos projetos tecnológicos que abordamos são proteção de perímetros de rede, gerenciamento de identidades, uso de autenticação de dois fatores, aplicação de pentesting para detecção de vulnerabilidades, entre outras soluções.

O que podemos esperar nos próximos anos em termos de gestão de TI de uma empresa como a Intervial?

As rodovias se tornarão uma plataforma de integração de serviços e pessoas. Serviços como bancos, seguros, saúde, telecomunicações e turismo vão interagir digitalmente com usuários, veículos e meio ambiente. Nesse sentido, devemos pensar em nossa gestão de TI para dar suporte à entrega e recepção de dados que gerem valor para quem passa pelas rodovias.

Que mensagem final você pode deixar aos CIOs latino-americanos sobre os desafios e riscos que enfrentam no trabalho?

Mais importante, devemos deixar claro que não podemos perder o foco na disponibilidade de serviços, segurança cibernética e planos de continuidade. Além disso, devemos trabalhar com equipes talentosas para incorporar as mudanças que nossos funcionários precisam para fazer o melhor uso das novas tecnologias em benefício das pessoas e da empresa.

É necessário fortalecer a análise do impacto da incorporação de novas tecnologias, incluindo medidas como métricas de usabilidade, eficiência operacional, consumo de funcionalidades, experiência do cliente e atuação rápida diante de obstáculos que possam surgir nos processos devido às mudanças tecnológicas.

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