Tecnologia 5G avança e já é realidade no Hospital das Clínicas

Tecnologia 5G avança e já é realidade no Hospital das Clínicas

A Prova de Conceito (PoC), que ocorreu no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), foi a primeira cirurgia com conexão de quinta geração a acontecer em um hospital público do Brasil

A implantação da tecnologia 5G vai permitir um grande avanço em diversas áreas, entre elas a saúde. No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o recurso foi implantado graças ao programa de colaboração entre Claro, Embratel, Ericsson, NUT e Núcleo de Inovação do Hospital das Clínicas (InovaHC) e, com isso, possibilitou que uma cirurgia com o envio de sinais vitais do paciente em tempo real fosse realizada.

“Os resultados da prova de conceito corroboram com as nossas expectativas iniciais em relação ao projeto, seu potencial e impacto. Entendemos que o papel do InovaHC e de suas parcerias é fortalecer o ecossistema de inovação para ampliar o acesso à saúde no Brasil”, disse Marco Bego, diretor do InovaHC.

O procedimento, que começou a ser testado em abril de 2022, foi a primeira prova de conceito (PoC) e consistiu em integrar as informações de monitoramento do paciente cirúrgico em uma base de dados, permitindo o acompanhamento e avaliação pela equipe médica de forma remota. Os agentes puderam avaliar latência, velocidade, estabilidade, qualidade e segurança, entre outros itens, na transmissão e demonstração dos dados via tecnologia 5G.

Os resultados obtidos, aliados ao uso da solução PAR, desenvolvida pela startup NUT, possibilita cenários em que uma mesma equipe de saúde coordene mais de um procedimento cirúrgico ao mesmo tempo; que um determinado profissional acompanhe, de qualquer local do mundo, o procedimento realizado.

“Durante a PoC, o aparelho de anestesia mediu os dados vitais do paciente no momento do procedimento, portanto, com o paciente anestesiado conseguimos comparar estabilidade e eficiência da transmissão dos dados da maneira tradicional e com o 5G. Tivemos um resultado satisfatório. Foi possível observar a transmissão de dados em uma rapidez e eficiência maiores e com qualidade, que nos assegura pensar em possíveis próximos passos do projeto que podem incluir, por exemplo, testes com a transmissão de outros tipos de dados ou de vídeos de cirurgias”, explicou Ricardo Abdalla, médico assistente da Cirurgia do Aparelho Digestivo do Icesp.

Durante o experimento, foram comparados o envio de dados da Internet do hospital (conexão Wi-Fi) versus o envio de dados utilizando o sinal de 5G, implementado no local pela Claro, na frequência de 3,5GHz em licença de testes concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Foi constatada capacidade dez vezes maior a partir do 5G, quando comparada à conexão Wi-Fi convencional.

“Em termos práticos, isso significa que, durante o procedimento cirúrgico, um número maior de informações relacionadas à situação clínica do paciente e ao procedimento em si pôde ser transmitido em tempo real, sem perdas, possibilitando o acompanhamento mais eficaz pela equipe de saúde”, explicou Thiago Paulmier, CEO da NUT.

“Outro dado que merece destaque é o cenário de efetividade de envio de dados: com a PoC conseguimos avaliar que, pela conexão Wi-Fi, houveram várias tentativas de reenvio de pacotes, o que significa que os pacotes de dados não conseguiram ser enviados completamente, enquanto que com o uso do 5G não houve interrupção. Isso impacta positivamente, pois garante que todos os dados coletados sejam entregues à equipe clínica de forma mais rápida, em tempo real, sem falhas”, disse Paulmier.

Toda experiência também só foi possível com a instalação dos equipamentos adequados, com a integração das soluções e habilitação da infraestrutura digital, feitos pelas parceiras do projeto: Ericsson e Embratel.

“A Ericsson disponibiliza a seus clientes e parceiros um conjunto de soluções líderes de alta tecnologia e uma experiência incomparável para respaldar suas metas de negócios. Nesse projeto em parceria com a Claro e Embratel, instalamos no Icesp uma infraestrutura de rede 5G de alta tecnologia para garantir eficiência e segurança máxima aos procedimentos. A quinta geração de conectividade móvel em sua versão Standalone (5GSA) abre oportunidades únicas para melhorar a segurança, os cuidados médicos e a saúde dos pacientes”, disse Murilo Barbosa, vice-presidente de Negócios da Ericsson.

“Temos visto que o 5G tem alto potencial de transformar a resposta a cuidados de emergências, além de endereçar necessidades críticas que exigem entrega de dados dentro de um período de tempo especificado com os necessários níveis de confiabilidade”, completou Barbosa.

“A PoC realizada comprova a janela de oportunidades que o 5G abre para a área da saúde, tanto em novos formatos de atuação quanto em inovações que podem ser desenvolvidas. A partir da PoC, podemos imaginar inúmeros benefícios para os pacientes, como o acesso a diversos especialistas atuando de forma precisa em um mesmo procedimento, mesmo que não estejam dentro da sala cirúrgica”, afirmou Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel para o Governo.

“A colaboração entre médicos será facilitada e ajudará a democratizar o acesso à saúde de ponta, uma vez que ele se tornará mais descentralizado e chegará a localidades mais afastadas. A Embratel está bastante entusiasmada em evoluir nessa parceria com novas frentes de testes para continuar descobrindo todo o potencial do uso do 5G no setor”, finalizou Lima.

Com a chegada e a popularização da rede 5G, a medicina deverá viver um novo salto científico, já que cirurgias remotas poderão ser muito mais comuns e o atendimento a comunidades distantes e vulneráveis poderá ser ampliado e ganhará em qualidade. Além disso, a otimização dos centros cirúrgicos e a integração de tecnologias vai possibilitar mais segurança e qualidade às cirurgias e também o desenvolvimento de novos serviços de apoio e educação a distância.

No que diz respeito ao mercado de saúde, a variedade de soluções que o 5G vai permitir é gigantesca, pois além dos diversos atores, como hospitais, laboratórios, operadoras, seguradoras, já estarem em ritmo vertiginoso na digitalização, serão somados cada vez mais os dados de sensores em forma de acessórios e roupas.

“Será possível a criação de aplicativos com algoritmos de predição que usem os dados vindos do sistema de saúde combinados aos dados dos sensores pessoais. Esse cenário possibilitará um acompanhamento, tratamento e suporte com custos e acuracidade sem precedentes. O beOn Claro tem a ambição de ter um papel relevante na construção desse futuro colaborando com o HC e alavancando as healthtechs”, concluiu Rodrigo Duclos, diretor de Inovação da Claro e fundador do beOn Claro.

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